Vizinho é o principal suspeito de matar professora e filha

Um vizinho é considerado o principal suspeito de assassinar com 23 facadas a professora infantil Jane de Fátima Gandra, 41, e a filha dela, a pequena Camila Loureira Gandra, 5, morta com um golpe profundo no pescoço, na noite do último dia 17. As vítimas foram brutalmente assassinadas na casa em que elas moravam, na rua Caramuru, no bairro Laranjeiras. Segundo o delegado Otávio Luiz de Carvalho, responsável pelo caso, a prisão temporária de Emanuel Monteiro Caires, 31, também conhecido como Baianinho e Nino, foi decretada desde a sexta-feira passada. O suspeito, que desapareceu logo após o duplo homicídio, é considerado foragido.

“A princípio, nossa linha de investigação trabalha com crime passional. O suspeito não invadiu a casa das vítimas. Ao que tudo indica, ele foi convidado a entrar. Desconfiamos dele, porque um dia após o crime, a então namorada dele fez uma ocorrência informando o desaparecimento dele. Ao investigá-lo, descobrimos que Caires e Jane mantinham um relacionamento amoroso. Acreditamos que ele estava com ela por interesse financeiro. Além disso, a vítima contou à colegas que estava com Caires e disse estar temerosa com o relacionamento, porque ele era um usuário de drogas. Fomos até a casa dele. Lá encontramos sangue espalhado por todo o imóvel e em algumas roupas dele. Também achamos uma faca no tanque da residência. Acreditamos que ele matou mãe e filha, foi para casa tomar banho e, depois, fugiu. Parece que ele estava tão nervoso, que evacuou no chão do banheiro”, contou o delegado. “Todo o material foi recolhido e enviado para a perícia. Aguardamos agora só o resultado, para confirmar se o sangue é realmente das vítimas”, completou Carvalho.

A polícia acredita que Monteiro fugiu para Almenara, no Vale do Jequitinhonha. A cidade é onde ele nasceu e onde moram seus familiares, inclusive pais. “Recebemos informações que ele está lá. Quando o encontrarmos, ele terá que explicar os motivos que o levaram a matar Jane. Já a filha dela, acreditamos que foi morta porque presenciou o assassinato e conhecia a vítima. Conversamos com familiares dele, mas eles também alegam que não têm notícias do suspeito”, acrescentou.

Relembre o homicídio
O crime foi descoberto pela Polícia Militar após uma denúncia anônima. Quando os militares chegaram ao local, um dos irmãos da vítima já estava na residência, pois funcionários da escola onde Jane trabalhava avisaram que ela não aparecia na instituição há dois dias.

A cena encontrada após o duplo homicídio foi descrita pelos policiais militares como chocante. A criança estava deitada na sala, toda ensaguentada, e a mãe estava de camisola, em cima da cama, também com sangue para todo lado.

O crime brutal também assustou vizinhos e familiares de Jane. De acordo com um dos irmãos da vítima, o pedreiro Ricardo de Souza Gandra, ela tinha passado a semana do Dia das Crianças com os pais na cidade natal deles, São Domingos do Prata, no Centro-Oeste de Minas Gerais, e tinha voltado na semana em que foi morta.

Conforme o irmão, Jane era viúva há quatro anos, mas eles não sabiam se ela estava namorando. “Minha irmã era honesta, trabalhadora e uma mãe dedicada à filha. Não sei se minha irmã estava namorando, mas espero que quem fez isso com ela e com a minha sobrinha se arrependa e se entregue para a polícia. Eu tenho muita fé que isso vai acontecer”, contou o irmão, logo após o crime.

Já uma das vizinhas da vítima, que não quis se identificar, disse na ocasião que viu Jane passeando com a filha de bicicleta na noite anterior ao crime. “Jane era uma pessoa tranquila, brincalhona e trabalhadora. Um dos sonhos dela era concluir a obra da sua casa. Os irmãos iriam ajudá-la. Ela falava que queria terminar a casa até o fim do ano. Mas, infelizmente, um monstro destruiu os sonhos dela”, lamentou a vizinha.

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