A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES) investiga a morte de um bebê da Comunidade Indígena Venezuelana Warao, em Betim. A criança de quatro meses foi internada em novembro, com sintomas de bronquiolite, e morreu nesta quarta-feira (8).
Inicialmente, suspeitava-se que a criança estava com coqueluche, mas exames descartaram a possibilidade. De acordo com a Vigilância Epidemiológica, os resultados apontaram para uma infecção pelos vírus respiratórios influenza B, adenovírus e rinovírus.
A Secretaria Municipal de Saúde informou que o bebê deu entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Teresópolis na noite do dia 18 de novembro e foi transferido, na madrugada do dia 19, para o Hospital Público Regional de Betim (HPRB).
A criança apresentava quadro respiratório com sintomas de bronquiolite, mas a situação agravou e evoluiu para síndrome respiratória aguda grave. No dia 1º de dezembro, o bebê foi transferido para o CTI pediátrico e foi a óbito nesta quarta.
Secretaria Municipal de Saúde diz que indígenas recusam atendimento médico
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, equipes da Estratégia de Saúde da Família (ESF) visitam a comunidade Warao desde de junho de 2024, levando assistência médica para a aldeia. No entanto, a pasta afirma que tem enfrentado resistência por parte dos indígenas, que recusam atendimento por desconfiança dos profissionais
“Apesar do apoio de lideranças, que atuam como intermediadores por sua fluência em português, a equipe enfrenta desafios significativos, incluindo resistência e desconfiança de muitos indígenas, que ainda não estabeleceram vínculo com os profissionais e recusam atendimento. Essa dificuldade em criar laços compromete a assistência”, relatou a pasta em nota.
A Secretaria Municipal de Saúde também afirmou que, em 28 de novembro, esteve na aldeia oferecendo novamente atendimento médico, de enfermagem e vacinação. Mas a ação não obteve o êxito necessário por “conflitos internos na ocupação”.
“Para este ano, a Secretaria Municipal de Saúde ja está traçando um plano de ações específico para a população indígena Warao. Vale ressaltar ainda que todas as unidades de saúde são porta aberta para a população”, informou.